terça-feira, julho 12, 2005

Tanto amor

Afrodite, ela se chamava.
Exibia, envergonhada, uma cicatriz que cobria parcialmente o lado esquerdo do rosto.
Queimadura.
Quando sorria, seus lábios pouco se moviam, mas o brilho em seus olhos falavam por ela.
Afrodite só queria amar.
Mas a cicatriz...ahhh a cicatriz.
Era como se tudo dependesse dela, a própria vida enfim.
Num dia de céu cinza e garoa fina, conheceu um lindo jovem de sorriso perfeito
e cabelos negros e desalinhados.
Apaixonou-se por sua beleza.
Ainda mais por seu coração.
Por mais que ele olhasse para ela, não enxergava a cicatriz.
E também ele se apaixonou.
Contou de seus dias tristes em que caminhava sozinho entre a multidão.
E de como agora era feliz, porque ela estava ali.
Com medo de que um dia ele enxergasse a cicatriz e partisse,
Afrodite se foi.
Nunca mais ela amaria assim.
Amigos dizem que o jovem de cabelos negros nunca mais sorriu.
Uma marca profunda surgiu em seu peito, tal e qual uma cicatriz.
E ele nunca, nunca mais soube o que era ser feliz.

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