domingo, junho 17, 2007

From desire

What if I tell you that I saw a bird
Upon your sex...
should you believe it?
And if it isn’t true, the Universe will not change at all.
If I say that desire is Eternity
Because the moment burns without end
Should you believe it?
And if it’s not true...
So many have said it that it could be.
In desire we are touched by sophomania, ornaments
Immodesty, shame.
Why can’t I dot with innocence and poetry
Bones, blood, flesh, the now
And everything in us that will become misshapen?


Hilda Hilst

2 comentários:

  1. I believe cuz I think that we can make and change our momments. We have the key and we just need to find the right door!!!

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  2. Anônimo6:43 PM

    A vida e seus "super-valores"


    Geraldo Felício da Trindade - trindadefilosofia@yahoo.com

    O mundo é antigo, mas grande parte do que se vive hoje brotou do
    passado.No caso do Brasil, uma cultura colonial, escravocrata, marcada pela
    exploração da natureza e por práticas corruptas. De certa forma, sempre
    houve uma cultura de manipulação e desrespeito. Qual seria o traço marcante
    cotidiano brasileiro: crianças sendo mortas, corrupção, balas perdidas,
    pessoas mendigando, milhões de sonegação... Viver está esquisito? Muitos
    estão se portando acima do bem e do mal como se fossem donos do mundo.

    Dinheiro, poder, beleza, nada disso desabsolutiza a finitude da
    vida. A ciência nunca vai inventar um elixir que ressuscite o corpo morto. A
    busca desenfreada pelo dinheiro se revela em atitudes corruptas, antitéticas
    e de esperteza. Estabelecem-se paralelos entre eu e o outro, em uma crise
    comparativa do valor pecuniário e posição social. Desejar o que é do outro
    tornou-se mania, que destila veneno na alma.

    A dita inveja, de tão cruel e perigosa aplaude as injustiças em
    detrimento da justiça, de valorização daqueles que, mesmo com caráter
    duvidoso chegam aos altos postos.

    A pactuação com o jogo sujo, de certa forma vai matando a
    esperança dos brasileiros. Vive-se à espera de um futuro em meio à
    deslealdade e valores supérfluos. Faz tempo que os meios de comunicação
    imitam a realidade, invadem as casas e impõem condutas, pensamentos e
    valores nem sempre éticos modificando os mais puros desejos e sentimentos.
    Cada vez mais, a sociedade vai se tornando apaixonada pelo virtual, banal e
    frívolo.

    Aqueles que pautam suas vidas pela virtualidade dos meios de
    comunicação, não assimilaram que desapontamentos e sofrimentos fazem parte
    de suas vidas. Imitam de tal forma a ficção, que estão em constante atitude
    de revanche e vingança quando se sentem desfavorecidos e ameaçados.
    Cultua-se o rancor entre os adultos e as crianças. A autodefesa é conceito
    de valor repassado às crianças, confundindo agressividade com instinto de
    auto-preservação.

    Muitos sonham com o amor, com a amizade, com a família e com o
    afeto, mas o moderníssimo mundo é frio, congelante e distante. Nada é mais
    cruel do que a convivência desleal e marcada pela desconfiança. Como é bom
    relaxar e desarmar o coração.Amar aqueles que merecem o amor; amar sem
    esperar recompensas. Tal atitude perdeu sua presença ativa porque a
    tendência é relativizar as relações e absolutizar a compra e a venda.
    Quer-se projetar nas relações o que ocorre na lei de mercado.

    As relações intersubjetivas exigem, fundamentalmente,
    autenticidade. Nesse processo, as manipulações e falsidades não têm lugar.A
    relação sadia é elixir para alcançar a alegria verdadeira. Além dessa
    relação distorcida entre os homens, esses acabaram por correr
    desenfreadamente na busca de um adjetivo, que se transformou de individual
    para geral. Todos padecem das mesmas escolhas.

    Os pais já não têm tempo de educar seus filhos e cobiçam os bens
    de seus vizinhos e conhecidos. Esquecem-se de que quanto mais pautam suas
    vidas pelo consumo mais se tornam inseguros. Acreditam ser mais felizes não
    com o que têm, mas sonham com o que é do outro. Olvidam que o sentido da
    vida está onde menos se espera. Conquistar, usufruir, tornam-se verbos
    usados diariamente, gramaticalmente corretos ou não.

    Vive-se a era do útil, do apolítico, do apático, do neutro.
    Nessa rotina do "tô nem aí" ou "pouco importa", o amor nasce velho, pois o
    "ficar" e o "pegar" o tornou retrógrado. A amizade verdadeira é
    desacreditada e a ternura tornou-se banal. É preciso que se busque o belo na
    vida, resgatá-o, por exemplo, na sabedoria, na música, na arte, na
    literatura; ou seja, como expressão essencial da vida. Basicamente é
    repensar a vida e procurar vê-la sob um novo olhar.

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