segunda-feira, maio 22, 2006

De amor e de dádivas

Observo com carinho meu pai que ressona no sofá, entre um filme e outro.
Homem sábio, sabedoria de coisas que a vida lhe ensinou.
Estas coisas simples que fazem toda a diferença na vida da gente.
Só então me dou conta do quanto ele também me ensinou, quanto ainda tenho a aprender.
Os cabelos brancos desalinhados, a barba - também branca - por fazer, "que domingo não é dia de se barbear" diz ele.
Ele abre os olhos e me pergunta o porquê do meu sorriso.
Balanço a cabeça, dizendo que não é nada.
Ele se acomoda novamente, estica a manta que mal cobre suas pernas, reclamando do frio.
Ajeito sobre ele um cobertor, e volto aos meus devaneios.
Nem todos os sorrisos deste mundo expressariam minha enorme gratidão.
Mesmo assim, há um sorriso que não me sai do rosto.
E estou feliz, muito feliz!!

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