quarta-feira, junho 08, 2005

Monólogo em Dó menor

Estou cansada de caminhar em círculos e perceber que vivo sempre os mesmos dias, de mesmas horas, mesmos minutos.
Não presuma que possa me compreender. Não queira me analisar.
Minha dor é exatamente assim: minha.
Não me julgue pelo que ouve ou pelo que vê.
Não é tão fácil nem simples assim.
Porque o que você vê não passa de uma carcaça, um invólucro.
A dor que me habita não é passível de análise.
Hospedeira, cohabitamos, ela e eu.
Quando em vez penso que ela se foi ao dar-me conta de sua ausência.
Ledo engano, ela apenas dorme tranquila.
Ao despertar, visita-me os cômodos da alma deixando-me assim
Frágil e vulnerável
Não queira...não
Entender não é possível
Viver, ainda menos.

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