terça-feira, janeiro 25, 2005

Retrospectiva

Original publicado no dia 25 de janeiro de 2004.

Entre o ser e o não ser

E existem estas questões, cujas respostas eu vislumbro entre olhos cerrados.
Eu sei... Seriam algumas dezenas de sessões de análise.
Não faltaria assunto...para o terapeuta.
Perdoem-me, por favor, todos aqueles que me dispensam tanto carinho, tanta consideração, e em retorno não recebem nada mais que o silêncio que ecoa no vazio.
Minha culpa, minha máxima culpa.
Aqui, neste blog, já expus muito mais a minha vida do que muitos possam sequer imaginar.Momentos de dor, raiva, frustração, alegria e exultação.
Muitos compreenderam, e compartilharam estes momentos comigo.
Muitos me enxergaram como aquela que eu sempre quis ser, e nunca fui.
E é bom... Ah! Como é bom quando alguém enxerga qualidades em nós, que supúnhamos não existirem.
Me fez ( e faz) um bem enorme.
A amizade, o carinho.
Mas o compromisso...este me assusta.
(Neste ponto é que entra o terapeuta)
Se me disserem que eu tenho que fazer, eu arranjo um meio de desviar, e não faço. Se esperarem de mim uma atitude, e eu sequer desconfiar, pode esquecer...ela nunca acontecerá.
Por quê? Não sei.
Não suporto a idéia de ter alguém me sugerindo atitudes e comportamentos. Não suporto a idéia de que alguém espere algo de mim.
Então me retraio, fecho-me em minha concha, e espero que o dia lá fora acabe. Saio somente quando percebo que a noite caiu, e que posso sair em segurança, sem ser notada.
Alguém já me disse - ou foram alguéns? não sei dizer ao certo -, que eu acabaria minha vida completamente só.
Por ser assim deste jeito impulsivo, por achar que tenho o direito de dizer o que penso - e eu tenho - doa a quem doer.
Às vezes insegura, tenho medo da visão...
Só. Completamente só.
Alguém de quem todos desistiram, por não valer à pena a tentativa.
Assim me sinto, na maior parte do tempo.
E não espero condescendência, longe de mim.
Que a última coisa que eu quero de alguém, é que sinta pena de mim.
Estou acostumada a ser e viver assim.
Alheia e infeliz.
Sim, eu sou infeliz a maior parte do tempo.
Mas quem disse que a felicidade existe em tempo integral?
Eu brinco, rio, canto, pulo, danço, como todo mundo.
E tento, na medida do que me é possível, não me tornar na vida dos que me cercam, uma carga que se tem que carregar por não haver escolha.
Ser quem você é exige uma boa dose de coragem e determinação, para que ao longo do caminho não acabe se transformando na pessoa que os outros esperam que você seja.
Ser quem eu sou tem me proporcionado muitas alegrias, e muitas decepções também. Mas este é o jogo. Ou se ganha, ou se perde. Não há meio termo.
E é este estica e puxa, este jogo de gato e rato , esta eterna busca que me motiva e mantém em movimento.
Às vezes eu canso, então eu paro e sento ao longo do caminho.
E logo me apercebo de que a vida não pára pra me esperar.
Ou eu corro, e tomo meu lugar, ou desisto e deixo ela passar.
Estou tentando ... estou tentando.
Se isso explica ou não minhas atitudes,
se justifica ou não minha presença e/ou ausência,
Só o tempo...
só ele dirá.

.......................................

UPDATE em 25/01/2005:

Algumas coisas mudaram desde então...Ou terão sido muitas?? Não sei dizer ao certo. O fato é que de uma certa forma não sou mais a mesma. Tenho tentado descobrir em mim qual foi a mudança, onde e como ela aconteceu...Mas é difícil definir.
Enquanto isso...a fila anda!!
:p


U2 "Vertigo"



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