terça-feira, fevereiro 27, 2007

Da série: "Cartas que nunca foram"

(escrita em 03/07/2006)

Livre, livre, livre!
Sim, livrei-me do inferno, do suplício.
A sensação momentânea de medoe insegurança logo deu lugar a uma doce euforia.
Detalhes como o que será feito desta liberdade,são apenas e tão somenteisso: detalhes.
Escrevo, escrevo, escrevo e quase não posso sentir as pontas dos dedos já amortecidos, que se colaram à caneta de tinta negra como o breu, no desespero de contar e escrever uma só história: a minha.
Escrevi para um bocado de gente.
Pessoas que não vejo há anos, para as quais nunca escrevi.
Pessoas que vejo sempre, pessoas que conheço, pessoas que nunca vi.
Escrevo também para você e me pergunto se será esta mais uma dentre as inúmeras cartas que nunca enviei, juntando-se às outras no fundo da gaveta.
Será?
O desuso da escrita de próprio punho e o hábito de digitar transformaram-me em escrava do teclado, uma mera extensão do Frederico, e ele minha.
Tenho vivido e morrido através dele, é fato.
Procuro resignar-me e não ser tão crítica.
Por outro lado, preciso não ser tão utopista e sonhar com coisas palpáveis, que eu possa estender os braços um dia, e alcançar.
Preciso aprender a ser feliz com as riquezas que possuo.
Não deixar que as amarguras e decepções me roubem o doce, como formigas sorrateiras.
Resisto, persisto, não desisto.
Vou lutar.
E escrever também, é claro!
Beijos doces,

...



Nina Simone "Feeling good"

2 comentários:

  1. Anônimo7:59 AM

    E eu quero escrever que você merece parabéns todos os dias por ser "MULHER", mas especialmente hoje porque o dia é só seu, de mais ninguém. Beijo.

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  2. Também tenho redescoberto recentemente como é gostoso escrever com papel e caneta... riscar, escrever por cima, anotar na margem... tudo isso dá uma sensação ótima!

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